Aulas mais atrativas X Conhecimento X Novas profissões

É recorrente a reclamação de adolescentes e jovens sobre a quantidade de “conhecimento inútil” que são obrigados a aprender nas escolas. Segundo eles, a vida profissional não exigirá 90% do conteúdo aprendido. A indignação é tanta que encontraram na internet um vídeo que traduz essa insatisfação. Pais e mães estariam sendo bombardeados com esse vídeo, no intuito de convencê-los de que os estudantes são submetidos a tortura de ter que dominar essa “overdose de conhecimento”.

Essa cena dá oportunidade a uma profunda reflexão. Os currículos devem mesmo ser reformulados? Há conteúdo em demasia? Ou a forma de ensinar estaria desgastada?

É sabido que o número de novas profissões é crescente. Serve como inspiração a lista de 75 cursos oferecidos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Na UFMG, por exemplo, são oferecidos cursos que 20 anos atrás não existiam ou eram pouquíssimo difundidos ou, ainda, eram profissões não regulamentadas tais como Aquacultura (Ciências Agrárias); Gestão de Serviços de Saúde e Curso Superior de Tecnologia em Radiologia (Ciências da Saúde); Ciências Autuariais, Matemática Computacional, Química Tecnológica (Ciências Exatas e da Terra); Ciências Socioambientais, Licenciatura em Educação do Campo, Licenciatura Intercultural para Educadores Indígenas (Humanas); Arquivologia, Ciências do Estado, Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis, Design, Museologia, Controladoria e Finanças (Ciências Sociais Aplicadas); Engenharia Agrícola e Ambiental, Aeroespacial, Ambiental e de Sistemas; Artes Visuais, Cinema de Animação e Artes Digitais, Dança, Design de Moda e Teatro (Linguística, Letras e Artes). Esse elenco de novas possibilidades serve de argumento para defender que todo e qualquer conhecimento é muito relevante. Além disso, as áreas de conhecimento se misturam, principalmente nas profissões mais recentes. Os adolescentes de hoje provavelmente vão se deparar com uma gama ainda mais variada de profissões quando forem ingressar nas universidades.

Do outro lado, os pais percebem que a escola atual não acompanha os alunos de hoje. Os estudantes têm raciocínio mais rápido, o acesso ao conhecimento é bem mais fácil, são da era digital, prevalentemente. Precisam ser instigados e convidados a se interessar e doar um pouco do seu foco. Não se satisfazem com uma explicação descrita no quadro negro.

Fica o desafio para a escola e o professor: usar a criatividade para ministrar aulas mais atrativas e criar uma rede de interlocução para que as boas práticas sejam difundidas. Torne o conhecimento mais sedutor para seus alunos!

Você tem uma prática bem sucedida? Conte para nós!